Tédio criativo. Por que “não fazer nada” também é fazer muito pela criança?
- Antonio Almeida
- 4 de jun.
- 2 min de leitura
“Estou entediado!”
Essa frase costuma deixar os adultos aflitos. Mas, na verdade, o tédio pode ser um presente disfarçado.
Vivemos em um tempo em que toda brecha é preenchida por telas, agendas lotadas e estímulos constantes. No entanto, é justamente no silêncio, na pausa e na falta de roteiro que a criatividade das crianças floresce.
O tédio criativo é aquele momento em que, sem distrações externas, a mente começa a imaginar, inventar, buscar saídas. É onde nascem histórias malucas, jogos improvisados, castelos de almofadas, heróis de papelão.
Dar espaço para o tédio é permitir que a criança exercite a imaginação, a autonomia e o prazer de criar.
Por que o tédio criativo é importante para a infância?
Estimula o pensamento criativo e a resolução de problemas
Desenvolve a autonomia e o autoconhecimento
Ensina que o tempo livre pode ser rico e prazeroso
Reduz a dependência de estímulos prontos, como vídeos e jogos digitais
Ajuda a criança a lidar com o vazio e a transformá-lo em algo único
Como acolher o tédio de forma positiva?
Não corra para preencher o vazio
Dê um tempo. A criança pode reclamar no início, mas logo começará a explorar.
Disponibilize materiais simples e acessíveis
Papéis, lápis, tecidos, sucata, tampinhas, livros, potes vazios... e deixe a criança criar o que quiser.
Diga frases como:
–“É bom ter tempo sem fazer nada, às vezes ideias incríveis nascem daí.” – “Confio que você vai encontrar algo legal para fazer.”
Crie uma “caixa da criatividade”
Monte com a criança uma caixa com objetos que podem ser usados para criar: rolinhos, tesoura sem ponta, botões, papelão, retalhos, folhas secas, Ela pode usar sempre que quiser inventar algo.
Vai uma dica...
Tente aplicar o mesmo para você, adulto. Permita-se ter momentos de ócio, silêncio e pausa. Isso também inspira a criança e dá o exemplo de que nem tudo precisa ser produtivo, só presente.
No silêncio do tédio, a imaginação sussurra e a criança descobre que pode criar mundos inteiros com o que tem nas mãos e no coração.




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